Exportações de Vinho Português crescem no 1º Trimestre de 2024, impulsionadas por algumas regiões e mercados de destino.
No primeiro trimestre de 2024, as exportações de vinhos de Portugal atingiram 212 milhões de euros, demonstrando a solidez de Portugal como um importante produtor de vinho. Este desempenho reflete um crescimento marginal de 0,01% em relação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando a contínua procura internacional pelos vinhos de Portugal. A exportação totalizou 74 milhões de litros, com um preço médio de 2,85 euros por litro, destacando a qualidade reconhecida do vinho de Portugal no mercado global.
Este aumento no valor foi acompanhado por um aumento de 2,20% no preço médio por litro, embora o volume exportado tenha visto uma redução de 2,14%. Entre os mercados que mais contribuíram para esses números, França liderou com exportações no valor de 24,8 milhões de euros, seguida pelos Estados Unidos com 23,7 milhões de euros. Notavelmente, as exportações para o Brasil, um mercado em crescimento para os vinhos de Portugal, alcançaram 18,3 milhões de euros. Este dado sublinha a importância de exportar vinho para o Brasil como uma estratégia lucrativa para produtores de vinho em Portugal.
Angola e Brasil destacaram-se também em termos de volume, com 6,6 milhões e seis milhões de litros respectivamente, reforçando a posição de Portugal como um produtor de vinho de eleição no mercado africano e sul-americano. Os Países Baixos também se destacaram pelo notável aumento de 32,93% no preço médio, o que reflete uma valorização crescente dos vinhos de Portugal nesse mercado.
O aumento constante do valor médio das exportações mostra como os vinhos de Portugal estão a conquistar mercados, impulsionados pela qualidade dos produtos e por estratégias de marketing eficientes que destacam Portugal como um produtor de vinho de referência. A resiliência das exportações de vinho de Portugal é uma prova da eficácia das técnicas de produção e da capacidade de adaptação dos produtores de vinho em Portugal ao mercado internacional.
Além disso, o mercado chinês mostrou uma recuperação significativa, com um aumento de 12,13% para dois milhões de euros, após vários anos em declínio. Este desenvolvimento é um sinal positivo para os produtores de vinho em Portugal que procuram exportar vinho de Portugal para mercados asiáticos.
A ViniPortugal, que representa os produtores de vinho em Portugal, continua a promover a marca "Vinhos de Portugal/Wines of Portugal" como sinônimo de qualidade e tradição. Esta associação é fundamental para fortalecer a posição de Portugal no mercado global de vinhos, apoiando o crescimento sustentável do setor e contribuindo para a promoção da cultura e património vitivinícola de Portugal a nível mundial.
Nos primeiros três meses do ano, as vendas ao exterior de vinho do Porto cresceram 2,84% para 63,4 milhões de euros, permitindo às exportações totais do setor ficarem 0,01% acima do período homólogo. Sem contabilizar o 'Porto', houve uma quebra 1,15%
Portugal exportou, nos primeiros três meses do ano, 74,3 milhões de litros de vinho no valor de 211,983 milhões de euros, o que representa uma quebra de 2,14% em volume e um valor 0,01% acima do ano passado, quando o setor assegurou vendas ao exterior de 211,955 milhões de euros. Retirado o contributo do vinho do Porto, as exportações totais caíram 1,15% em valor e 2,8% em volume. O preço médio cresceu em ambos os casos: 2,85 euros por litro no total, mais 2,2% do que o ano passado; 2,38 euros por litro, retirado o vinho do Porto, o que dá um crescimento homólogo de 1,7%.
Os dados são do primeiro trimestre e não deixam transparecer o comportamento difícil da esmagadora maioria dos mercados de destino dos vinhos nacionais. É que o mês de março veio anular praticamente todos os ganhos obtidos em janeiro e fevereiro, meses em que as exportações cresceram 2,26% e 8,9%, respectivamente. Em março, as exportações caíram 8,8%, ficando-se pelos 75,7 milhões de euros, sete milhões a menos do que em igual mês de 2023.
Em termos de mercados, França comprou menos vinhos portugueses, mas pagou quase 7% mais caro, o que fez com que as exportações totais para este mercado crescessem 3,7%. Menos positivas foram as notícias que vieram dos EUA e do Reino Unido, com quebras em valor de 5,2% e 2,25%, respectivamente. E se, em terras de Sua Majestade, o preço médio até subiu mais de 2%, nos EUA caiu quase 7%.
Canadá, Alemanha, Países Baixos e Angola foram outros mercados com quebras significativas, a variar entre os 7,54% de perda, em valor, no Canadá, e os 40,33% de perda em Angola. Só Angola representa menos cinco milhões de euros comparativamente ao primeiro trimestre de 2023. Somado aos outros três, foram quase 9 milhões de euros a menos que entraram nas contas dos produtores nacionais.
Do lado das boas notícias, destaque para o crescimento no mercado brasileiro - mais 28% em volume e 21,4% em valor - e no russo, país para o qual as exportações de vinho quase quadruplicaram. Nos primeiros três meses do ano, Portugal exportou 3,8 milhões de litros de vinho, no valor de oito milhões de euros, um crescimento homólogo de 286,7% em volume e 264,4% em valor.
Em termos de denominações de origem, destaque para a performance do vinho do Porto, com 63,4 milhões de euros exportados, mais 1,7 milhões de euros do que no primeiro trimestre de 2023. Da Região dos Vinhos Verdes veio o maior aumento percentual, com vendas de 26,3 milhões de euros no arranque do ano, mais 27,31% do que no período homólogo.
Destaque, ainda, para o crescimento de quase 10%, em valor, das exportações dos vinhos da Península de Setúbal, num total de 5,5 milhões de euros, e para os quase 20% do Tejo, que arrecadou quase 3,2 milhões de euros em exportações no primeiro trimestre do ano.
Em comunicado, o presidente da ViniPortugal destaca a tendência de subida do valor médio, criando um impacto positivo no valor total das exportações. "É inegável o papel que as exportações de vinho português têm tido no aumento da visibilidade e reputação de Portugal enquanto produtor de referência. Nos últimos anos, as exportações de vinhos portugueses têm demonstrado uma resiliência constante, impulsionada pela qualidade dos produtos, pela eficiência das estratégias de marketing e pela expansão dos canais de distribuição. Temos como objetivo continuar a crescer, trazendo sustentabilidade económica ao sector e contribuindo para a promoção da cultura e do património vitivinícola do país a nível global", frisa Frederico Falcão.”
Fontes: ECO/SAPO/DINHEIRO VIVO/WINE2HELP